O Piauí acaba de prorrogar por mais 30 dias a portaria que proíbe o uso do fogo em áreas rurais e florestais. A decisão vem embalada por um dado positivo: no primeiro mês da medida em vigor, que foi de 15 de agosto a 13 de setembro, o número de incêndios caiu 23,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

O índice é do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e revela que no período analisado foram registradas 2.015 queimadas — ainda um número elevado, mas significativamente menor do que os quase 2.627 casos de 2024. Trata-se de uma redução de 612 incêndios.

Para o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Feliphe Araújo, a redução mostra que a medida vem dando resultado. “Essa queda mostra que a população está compreendendo a gravidade da situação. Porém, ainda é preciso estar em alerta. O fogo descontrolado ameaça vidas humanas, destrói a fauna e compromete a agricultura. Manter a proibição é garantir segurança e preservar nossos biomas”, destacou.

A portaria, publicada em agosto, passa agora a valer até 15 de outubro, período considerado o mais crítico para queimadas no estado, devido à combinação de seca prolongada e altas temperaturas. O uso do fogo em vegetação nativa, restos de culturas agrícolas e áreas florestais segue proibido. Apenas a queima controlada com autorização prévia já concedida pela Semarh poderá ser realizada, e sempre sob supervisão técnica.

Mesmo com a queda, o desafio ainda é grande. Os incêndios continuam sendo uma ameaça ao Cerrado e ao semiárido piauiense, regiões mais vulneráveis às queimadas. A expectativa do governo é que a prorrogação da portaria ajude a reduzir ainda mais os números até o fim da estiagem.